sábado, 22 de fevereiro de 2014

Festa da Cátedra de Pedro


"Concedei, ó Deus todo-poderoso, que nada nos possa abalar, pois edificastes a vossa Igreja sobre aquela pedra que foi a profissão de fé do apóstolo Pedro. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo." Oração da Coleta

A Cátedra de São Pedro era comemorada em duas datas, que marcaram as mais importantes etapas da missão deixada ao apóstolo pelo próprio Jesus. A primeira, em 18 de janeiro se comemorava a sua posse em Roma, a segunda, em 22 de fevereiro, marca o aparecimento do Cristianismo na Antioquia, onde Pedro foi o primeiro bispo. 

Por se tratar de uma das mais expressivas datas da Igreja o martirológio decidiu unificar os dois dias e festejar apenas o dia 22 de fevereiro, que é a mesma data do livro "Dispositio Martyrum", único motivo da escolha para a celebração. 

Cátedra significa símbolo da autoridade e do magistério do bispo. É daí que se origina a palavra catedral, a igreja-mãe da diocese. Estabeleceu-se então, a Cátedra de São Pedro para marcar sua autoridade sobre toda a Igreja, inclusive sobre os outros apóstolos. 

Sem dúvida alguma foi o mais importante dos escolhidos por Jesus Cristo. Recebendo a incumbência de se tornar a pedra sobre a qual seria edificada Sua Igreja, Pedro assumiu seu lugar de líder, atendendo a vontade explícita de Jesus, que lhe assinalou a tarefa de "pascere" em grego, isto é guiar o novo povo de Deus, a Igreja. 

Veremos de fato que Pedro desempenhando, depois da Ascensão, o papel de guia. Presidiu a eleição de Matias e foi o orador do dia de Pentecostes. Mais tarde enfrentou a perseguição de Herodes Agripa, que pretendia matá-lo para aplicar um duro golpe no cristianismo. Implantou as fortes raízes do catolicismo em Antioquia, e então partiu para Roma, onde reinava o imperador Cláudio. 

A Igreja ganhou grande força com a sua determinação. Alguns fatos históricos podem ser comprovados através da epístola de São Paulo aos Romanos, do ano 57. Nela, este apóstolo descreve o crescimento da fé cristã, em todos os territórios dos domínios deste Império, como obra de Pedro. 

Mas foi na capital, Roma, que Pedro deu impulso gigantesco à expansão do Evangelho, até o seu martírio e a morte, que aconteceram na cidade-sede de toda a Igreja. Conforme constatação extraída dos registros das tradições narradas na época e aceita por unanimidade pelos estudiosos, inclusive os não cristãos. Posteriormente atestadas, de modo histórico irrefutável, pelas escavações feitas em 1939, por ordem do Papa Pio XII, nas Grutas Vaticanas, embaixo da Basílica de São Pedro, e cujos resultados foram acolhidos favoravelmente também pelos estudiosos não católicos.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Memória de São Pedro Damião - Bispo e Doutor da Igreja

"Não ama Cristo, quem não ama a cruz de Cristo" São Pedro Damião

"Ó Pai todo-poderoso, daí-nos seguir as exortações e o exemplo de são Pedro Damião, para que, nada antepondo a Cristo e servindo sempre à vossa Igreja, cheguemos às alegrias da luz eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo." Oração da Coleta

Hoje a Santa Igreja celebra de modo facultativo a memória de São Pedro Damião. Pedro nasceu em Ravena, em 1007. Teve uma infância muito sofrida, ficou órfão muito cedo e foi criado de forma improvisada pelos irmãos que eram em grande número. Mesmo assim, o irmão mais velho, Damião, acabou por se responsabilizar sozinho por seus estudos. Estudou em Ravena, Faenza e Pádua e depois de ter ensinado em Parma, ingressou no mosteiro camaldulense de Fonte Avelana, na Úmbria, que se tornou o centro de suas atividades reformadoras. Pedro, em retribuição à seu irmão Damião, assumiu também o seu nome ao se ordenar sacerdote. Pedro Damião, aos vinte e um anos, então na Ordem Camaldulense, por seus méritos logo tornou o superior diretor. As regras da Ordem já eram duras, mas ele as tornou mais rígidas ainda. Passou a criticar severamente conventos onde não havia pobreza e sua influência se estendeu por mosteiros da Itália e da França, entre eles Montecassino e Cluny, que passaram a seguir seus conceitos. 

Com seu reformismo, trabalhou incansavelmente para devolver à vida religiosa seu sentido de consagração total a Deus, na austeridade da solidão e da penitência. Pedro Damião era um sacerdote contemplativo, de vida simples, adepto à vida monástica e desse modo singular atacava o luxo dos cardeais. Citava os apóstolos Pedro e Paulo como exemplos, pois percorreram o mundo para evangelizar, sendo magros e andando descalços, ou seja, para levar a Palavra de Deus, era necessário sobretudo se despojar dos apegos materiais. Foi desse modo que solidificou a austeridade religiosa e como viveu toda sua existência terrena. Seu trabalho não parou aí. Havia, na época, a venda de títulos, funções e cargos da Igreja, como se fazia com os títulos feudais. A essa troca de favores se deu o nome de simonia clerical. O ato de comprar ou vender benesses espirituais, era antigo e esse nome deriva de Simão, o Mago, que procurou comprar dos Apóstolos graças espirituais. Dessa forma, cargos da Igreja acabavam ocupados por pessoas despreparadas e indignas que se rebelavam contra a disciplina exigida deles, principalmente com relação ao celibato. 

A Igreja, assim dilacerada, vitimada pelas discórdias e cismas, tinha necessidade de homens cultos e austeros como padre Pedro Damião. Por isso, ele foi chamado à Santa Se para auxiliar nesses combates. Esteve ao lado de seis papas, como viajante da paz, e em particular colaborou com o cardeal Hildebrando, o grande reformador que se tornou o Papa Gregório VII. Pedro Damião após várias peregrinações à cidade de Milão, à França e à Alemanha, se tornou cardeal e foi designado para a diocese de Óstia. Seus escritos, após a sua morte, prosseguiram doutrinando religiosos importantes. Aos poucos, a situação da Igreja foi se normalizando. Já velho, foi enviado à Ravena para recompor a questão do antipapa. Morreu em 1072, na cidade italiana de Faenza, quando voltava de uma missão de paz. A fama de sua santidade em vida se cristalizou junto aos fiéis, que então passaram a venerá-lo como santo. Em 1828 o papa Leão XII o declarou Santo Pedro Damião e o proclamou também doutor da Igreja, por seus numerosos escritos teológicos e pela incansável e eficiente atuação para a unidade da Santa Mãe, a Igreja Católica de Roma.

Consistório para Criação de Cardeais

Amanhã, o Sando Padre criará 19 novos membros para o Colégio Cardinalício. Isto se dará numa bela cerimônia cuja origem é muito antiga, tendo seu cerne, quase que inaltareado, na medida em que o ato de impor o Barrete ou o Galero no neo-cardeal é antiquissimo. Dentre os vários fatos que chamam a atenção um tem particular destaque, primeiro pelo virtudes que ele exorta e segundo pelo fato de não ser usado a um certo tempo. Trata-se da tapeçaria de Sua Santidade o Papa Clemente VII que retratam Justiça, Fé e Caridade, que durante muito tempo foi componente inevitável da solenes consistórios públicos.

A tapeçaria é um trabalho maravilhoso executado pelo artista flamengo Pieter van Aelst, entre 1523 e 1534, foi tradicionalmente colocado no retábulo do trono papal durante muitos rituais, certamente para sublinhar as virtudes da Fé, Justiça e Caridade que devem ornar o Pontífice Romano. Em seguida, a original foi substituída por uma cópia, que foi usada até as reformas litúrgicas empreendidas pelo Servo de Deus Paulo VI. Se um dia ela voltará a ser usada, isto não sabemos, por outro lado, as virtudes da Justiça, Fé e Caridade sempre estarão representadas nos príncipes da Santa Igreja.

Fotos da Tapeçaria:

Fé, Justiça e Caridade


Detalhe da Tapeçaria

Fotos da Tapeçaria em uso:

Consistório Público oficiado pelo Papa Pio XI

Atrás do Trono Papal a Tapeçaria

Consistório Público oficiado pelo Papa Pio XII


Fotos de vários Consistórios onde a Tapeçaria foi usada:














Vídeo do Consistório Público realizado no dia 18 de fevereiro de 1946 por Sua Santidade o Papa Pio XII, no qual estão os Eminentíssimos brasileiros Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, Arcebispo de São Paulo, e Dom Jaime de Barros Câmara, Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro. Além do Núncio Apostólico no Brasil Benedetto Aloisi Masella.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

O Consistório se aproxima

Os ateliês sacros da cidade de Roma devem estar a todo vapor para preparar as vestes dos cardeais que serão criados no próximo Sábado, dia 22 de fevereiro.



Barbiconi

Gammarelli



segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Memória de São Brás


"Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo o lugar, Senhor, Pai Santo, Deus eterno e todo-poderoso. Pelo mártir São Brás, que confessou o vosso nome e derramou seu sangue como Cristo, manifestais vosso admirável poder. Vossa misericórdia sustenta a fragilidade humana e nos dá coragem para sermos as testemunhas de Jesus Cristo, vosso filho e Senhor nosso." Prefácio O Testemunho do Martírio

Hoje a Santa Igreja celebra de modo facultativo a memória de São Brás, os feitos deste santo atingem aquele ápice de alguns poucos, que atraem a profunda fé e a admiração popular. Ele é venerado no Oriente e Ocidente com a mesma intensidade ao logo de séculos, e até hoje, mães aflitas recorrem à sua intercessão quando um filho engasga ou apresenta problemas de garganta. A bênção de São Brás, procurada principalmente por quem tem problemas nesta parte do corpo, onde é ministrada nesta data em muitas igrejas do mundo cristão. 

O prodígio atribuído à ele quando era levado preso, para depois ser torturado, é dos mais conhecidos por pessoas de todo o planeta. Consta que uma mãe aflita jogou-se aos seus pés pedindo que socorresse o filho, que agonizava com uma espinha de peixe atravessada na garganta. O santo rezou, fez o sinal da cruz sobre o menino e este se levantou milagrosa, e imediatamente como se nada lhe tivesse acontecido. Brás nasceu na Armênia, era médico, sacerdote e muito benevolente com os pobres e cristãos perseguidos e por essas virtudes foi nomeado bispo de Sebaste , isto no século três. Também sabemos que, apesar de aqueles anos marcarem os finais das grandes perseguições aos cristãos, muitos ainda torturados e mortos na mão dos poderosos pagãos. Brás abandonou o bispado e se protegeu na caverna de uma montanha isolada e mesmo assim, depois de descoberto e capturado, morreu em testemunho de sua fé sob as ordens do imperador Licínio, em 316. Muitas tradições envolvem seus prodígios, graças e seu suplício. Segundo elas, fama de sua santidade rodou o mundo ainda enquanto vivia e sua morte foi impressionante. O bispo Brás teria sido terrivelmente flagelado e torturado, sendo por fim pendurado em um andaime para morrer. Como isso não acontecia, primeiro lhe descarnaram os ossos com pentes de ferro. Depois tentaram afogá-lo duas vezes e, frustrados, o degolaram para ter certeza de sua morte. 

O corpo do santo mártir ficou guardado na sua catedral de Sebaste da Armênia, mas no ano 732 uma parte de suas relíquias foram embarcadas por alguns cristãos armênios que seguiam para Roma. Nessa ocasião uma repentina tempestade interrompe a viagem na altura da cidade de Maratea, em Potenza; e alí os fieis acolhem as relíquias do santo numa pequena igreja, que depois se tornaria sua atual basílica e a localidade receberia o nome de Monte São Brás. Mais recentemente, em 1983 no local da igrejinha inicial foi erguida uma estátua de São Brás, com a altura de vinte e um metros. Como dissemos, do Oriente ao Ocidente, todo mundo cristão se curva à devoção de São Brás nomeando ainda hoje cidades e locais, para render-lhes homenagem e veneração.

Neste dia, tem-se o costume de ao término da Santa Missa se abençoar as gargantas com duas velas cruzadas recitando-se a seguinte oração:

Por intercessão de São Brás,
Bispo e Mártir,
livre-te Deus do mal da garganta
e de qualquer outra doença.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Amén.
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