terça-feira, 14 de janeiro de 2014

D. Pietro Parolin, secretário de Estado


Nasceu em Schiavon, na província e na diocese de Vicenza (Itália), no dia 17 de janeiro de 1955. Sua fé em Jesus o absorveu desde a sua primeira infância no entorno da “civilização paroquial” na qual viveu imerso, a do Vêneto branco de coração magnânimo e trabalhador. Seu pai, católico “de missa diária”, ocupava-se de uma loja de ferramentas e depois começou a vender veículos agrícolas. Sua mãe foi professora de educação primária.

Quando Pietro tinha 10 anos, a família Parolin foi tocada pela dor: o pai foi atropelado por um automóvel na estrada entre Bassano e Vicenza e morre. A partir de então, os três filhos (Pietro, sua irmã e seu irmãozinho, que tinha oito meses quando ocorreu a desgraça) foram testemunhas dos pequenos gestos heróicos e cotidianos de sua mãe e professora, que se empenhava para que não lhes faltasse nada.

Pietro foi coroinha na paróquia. O então pároco, o padre Augusto Fornasa (que faleceu em Schiavon na década de 1980), acolheu e cultivou sua vocação ao sacerdócio em um ambiente marcado pela memória de grandes figuras de pastores “sociais”, como Giuseppe Arena ou Elia Dalla Costa, que se converteu no arcebispo de Florença entre 1931 e 1961.

Em 1969, aos 14 anos, Pietro entrou no seminário de Vicenza. Depois de terminar os estudos superiores, prosseguiu com o aprendizado da filosofia e da teologia. As inquietudes fecundas e aquelas mais corrosivas do pós-Concílio também agitavam a vida nos seminários. Pietro se manteve afastado das turbulências deste período. Apreciava a linha pastoral do bispo Arnoldo Onisto, sua capacidade de ouvir as pessoas, de meditar e de atender aos problemas dos operários.

No seminário, os superiores se deram conta de que Pietro era um estudante muito bom. Depois da sua ordenação sacerdotal (recebida em 1980 pelas mãos do bispo Onisto) e após dois anos como vigário na Paróquia da Santíssima Trindade de Schio, foi enviado para estudar direito canônico na Pontifícia Universidade Gregoriana, com a ideia de ser enviado depois ao tribunal diocesano e ao setor da pastoral familiar.

Mas, em Roma (Pietro morava no Colégio Teutônico da Via della Pace) alguém solicitou ao bispo para que colocasse esse jovem sacerdote, discreto e trabalhador, à disposição da Santa Sé. Ele, como sempre, aceitava ir para onde o mandassem. Com os sistemas de eleição “anônimos” que funcionaram durante um tempo nos palácios vaticanos, acabou quase por casualidade na órbita do serviço diplomático vaticano, sem nem sequer saber quem foi seu primeiro “talent scout”.

No verão de 1983, entrou na Pontifícia Academia Eclesiástica. Em 1968, obteve a licenciatura em direito canônico com uma tese sobre o Sínodo dos Bispos. Depois partiu para a que seria a sua primeira missão: três anos naNunciatura da Nigéria, aos quais se seguiriam outros três (de 1989 a 1992) na Nunciatura do México. Na Nigéria, envolveu-se nas atividades pastorais das comunidades locais e conheceu pessoalmente os problemas da relação entre cristãos e muçulmanos. No México, ao contrário, ofereceu sua contribuição para a fase final do longo trabalho que o núncio Girolamo Prigione havia posto em marcha, que, justamente em 1992, culminaria com o reconhecimento jurídico da Igreja Católica e com o estabelecimento de relações diplomáticas entre a Santa Sé e o país mexicano. Durante essas delicadas negociações diplomáticas havia se diluído o caráter laico e anticlerical que caracterizava o país desde a sua definição constitucional.

Em 31 de agosto de 2013, o Papa Francisco o nomeou para substituir o cardeal Tarcisio Bertone como Secretário de Estado do Vaticano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...