domingo, 3 de julho de 2011

PALAVRA DE VIDA


Vigiai e orai, para não cairdes em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26,41). 

Estas palavras foram dirigidas por Jesus a Pedro, Tiago e João, durante sua agonia no Getsêmani, aos vê-los dominados pelo sono. Ele tinha levado consigo esses três apóstolos – os mesmos que haviam testemunhado sua transfiguração no monte Tabor – para que ficassem a seu lado naquele momento tão difícil e se preparassem com Ele pela oração, pois o que estava para acontecer seria uma terrível provação também para eles. 

“Vigiai e orai, para não cairdes em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca”. 

Mais do que uma recomendação de Jesus aos discípulos, é preciso entender essas palavras – à luz das circunstâncias em que são pronunciadas – como um reflexo de seu estado de espírito, ou seja, de como Ele se prepara para a provação. Diante da paixão iminente, Ele reza com todas as forças de seu espírito, luta contra o medo e o pavor da morte, lança-se no amor do Pai, para ser fiel até o fim à sua vontade, e ajuda seus apóstolos a fazer o mesmo. 
Aqui Jesus revela-se a nós como o modelo para quem precisa enfrentar uma provação e, ao mesmo tempo, como o irmão que se coloca ao nosso lado naquele momento difícil. 

“Vigiai e orai, para não cairdes em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca”. 

A exortação à vigilância aparece com frequência nos lábios de Jesus. Para Ele vigiar significa jamais se deixar vencer pelo “sono espiritual”, estar sempre pronto a acolher a vontade de Deus, saber captar os sinais dela na vida de cada dia e, sobretudo, saber interpretar as dificuldades e os sofrimentos à luz do amor de Deus. 
Mas a vigilância é inseparável da oração, pois a oração é indispensável para vencer a provação. A fragilidade conatural ao homem (“a fraqueza da carne”) pode ser superada pela força que vem do Espírito. 

“Vigiai e orai, para não cairdes em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca”. 

Como podemos, então, viver a Palavra de Vida deste mês? 
Também nós devemos prever, em nosso programa, o encontro com a provação, as pequenas ou as grandes que enfrentamos todos os dias. Podem ser provações normais ou provações clássicas, com as quais, cedo ou tarde, quem é cristão, não pode deixar de deparar-se. Ora, a primeira condição para superar a provação, qualquer provação – alerta Jesus –, é a vigilância. Trata-se de saber discernir, de perceber, que são provações permitidas por Deus, não certamente para nos desencorajar, mas para que, ao superá-las, amadureçamos espiritualmente. 
Ao mesmo tempo, devemos rezar. A oração é necessária, porque as tentações às quais estamos mais expostos nesses momentos são de dois tipos: por um lado, a presunção de conseguirmos superar sozinhos a provação; por outro, o sentimento oposto, ou seja, o temor de não sermos capazes de superá-la, como se ela fosse superior às nossas forças. No entanto, Jesus nos garante que o Pai celeste não nos deixará faltar a força do Espírito Santo, se estivermos vigilantes e se lhe pedirmos essa força com fé. 

Chiara Lubich 

 Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém


Esta Palavra de Vida foi publicada originalmente em abril de 1990

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